quarta-feira, 21 de março de 2012

PROLÓGO


Era uma manhã fria de inverno, Agatha esperava ansiosamente noticias de seu pai que fora acertar uma aliança com o Duque de Cartyllo. A guerra ainda estava no inicio e por ser um dos maiores senhores de terra, o General Robert decidiu se aliar a pessoa mais influente tanto na Inglaterra quanto na Espanha, Alexander Charles de Cartyllo, X Duque de Cartyllo. Era fato e Agatha sabia que seu pai ia propor a mão dela em casamento com o Duque, fortalecendo assim os laços entre as terras. Agatha era a flor preciosa de Robert, sua única filha, tão parecida com a mãe que faleceu quando ela ainda era uma criança. Uma jovem com espírito aventureiro, esperta que só ela, aprendera esgrima e técnicas de combate quando criança para se defender de possíveis ameaças. Tinha um temperamento fogoso e explosivo que contrastava com sua delicadeza e leveza. Agatha era a beleza pura de perfeição para seus inúmeros pretendentes, com a pele aveludada e muito clara, e expressivos olhos cinzentos. Tinha um talento nato para a música e adorava compor ao piano, inundava todas as manhãs aquele castelo com sua melodiosa voz e canção, para apreciação dos servos.
Apoiada na amurada da sacada do salão de música, Agatha estava perdida em seus pensamentos, como estaria esse tal de Alexander, ao qual seu pai deixara bem claro antes de sair que seria seu noivo, ela sabia-se que ele era um jovem Duque arrogante e sem escrúpulos. Dominado de uma beleza incomum devido ao seu sangue espanhol. Ela ouvira certa vez que ele era um distinto cavalheiro e um amante das artes e das belas mulheres que sempre iam parar em sua cama, porém ouvira que ele vencera muitas batalhas e conquistou muito mais riqueza após a morte de seu pai em uma emboscada. Lendas e mitos giravam em torno de sua fama, por fim Agatha sabia de uma coisa, tentaria desuardir seu pai sobre esse noivado, não se casaria com um completo estranho e um ser tão arrogante quanto Alexander...
- Minha criança saia dessa janela, está muito frio, aí fora. - falava sua ama Hanna, que chegara para ver por que a casa estava tão silenciosa, já que naquela hora "sua criança" estaria no piano. - Qual o mal que aflige seu coração, que a deixa tão séria a ponto de nem tocar hoje?  
Hanna, uma senhora de meia idade, meio gorduchinha, cabelos grisalhos e olhos castanhos cuidara de Agatha desde seus seis anos de idade, quando sua mãe falecera, devidos uma pneumonia que pegara ao tentar ajudar os moradores do condado de Donwton em uma enchente que ocorrera durante aquele terrível inverno. Para Agatha ela era mais que uma ama ou serviçal era uma amiga, uma mãe, que sentira tanta falta. Somente ela era permitido chamá-la assim devido sua proximidade com a ama.
- Sinceramente... - Agatha agora que respondia as indagações de sua ama, estava entrando no aposento e fechando a janela atrás de si -... Sinto-me aborrecida, por esse acerto do meu pai com o Duque de Cartyllo. Um noivado onde a noiva mal conhece o noivo...
- Seu pai sabe o que faz, é tempos difíceis, minha criança, ele está assegurando seu futuro...
- Sim eu sei que papai se preocupa com meu futuro... - agora ela se posicionava no piano - Irei tocar para ver se espanto esses pensamentos Hanna. E deixarei tudo isso nas mãos de Deus... - pronunciou sorrindo para sua ama.
-Essa é a minha menina, Deus sabe o que faz...
            Então a jovem começou a cantar uma canção que sua mãe costumava cantar quando ela era pequena. E assim ela pode tirar da cabeça aqueles pensamentos e mergulhar na bela canção que falava de amor e heróis.

...
                Enquanto isso nas Terras do Norte dois homens discutiam os detalhes da aliança a ser formada, o General era um velho conhecido do falecido Duque e achava seu filho tão parecido com o velho pai. Alexander tinha grande conhecimento tanto na guerra, quanto na parte intelectual e fama de ser o mais conhecido e honrado cavalheiro era digno de sua preciosa flor.
-... É claro General, eu aceito me aliar ao senhor como havia lhe dito, afinal tenho uma rixa profunda com o Senhor Harry Piter Sherwood como o senhor bem sabe, odeio seu modo trapacioso de conseguir algo. Além do mais ele ficar cercando a jovem Agatha para conseguir seu dote e suas terras é algo lastimável. - Falava o jovem Duque que aparentava ter 28 anos. Era um homem forte, viril, com os cabelos dourados amarado em um rabicho e expressivos olhos verdes.
- Enquanto ao casamento com minha filha Agatha? Como bem sabes minha filha é uma mulher com grandes virtudes e uma beleza extraordinária. Creio que ela seria uma ótima esposa e mãe, Agatha tem um espírito fogoso e travesso, mas é uma boa moça. Creio que a mulher ideal para o senhor, meu Duque. Além do mais, ela despreza o Senhor Sherwood tanto quanto o senhor.  - Robert tentava convencê-lo a casar-se com sua filha, tinha medo de partir e deixar sua flor preciosa sozinha, nas mãos do sanguinário Sherwood. Agatha sabia se defender, afinal ensinara a ela desde pequena, porém ela ainda era uma criança que há pouco tempo tinha debutado. Tornando-se a mais bela flor na Corte e recusou todos os pedidos de casamento.
- Ouvi falar muito de sua filha, de sua admirável beleza e formosura, assim como sei que tens um grande talento pra cantar e tocar piano. Acredito sim que ela seria uma ótima e devota esposa, seu espírito fogoso me deixa inteiramente satisfeito... E não é de se admirar que ela repudie o Harry, aquele velho é horripilante para a jovem meu caro Robert.
 Alexander não queria desposar a moça sem que ela aceitasse de bom grado esse casamento forjado. Conhecia muito bem a beleza dessa jovem, ele a vira pela primeira vez em seu baile de debutante, onde desabrochou como uma bela flor diante toda a realeza. Sabia também que a moça rejeitou vários pedidos de casamento, naquele ano, talvez por medo ou insegurança, ou por não querer deixar seu pai sozinho.
- Fico satisfeito que aprecie as qualidades de minha filha meu Duque e sei que não a queres tonar-la sua esposa a força... Mas creio que dessa vez ela não irá negar-lhe o pedido. Afinal ela já esta com 17 anos mais que na idade de casar e sair de baixo de minhas asas...
                Horas mais tarde em seus aposentos Alexander, pensava na conversa com o General e viu o medo dele em relação ao futuro de sua amada filha. Anos e anos vivendo entre as guerras de clãs ao lado de seu pai que aprendera a ler o olhar e, a saber, quando alguém mente. Mas imaginar a jovem e doce Agatha nas mãos de Harry era demais, para ele por isso deixou-se aceitar essa proposta de casamento. Ele não precisava de esforços para ter a mulher que quisesse aos seus pés e na sua cama, mas com Agatha seria diferente e ele sabia por que e sabia que a jovem guardara uma grande mágoa a seu respeito. Acostumado a guerras e a passar tempos em vilarejos perdidos ele teve em sua cama vários tipos de mulheres, mas nenhuma que ele quisesse para a vida toda. Duvidava de que um dia poderia encontrar uma que o faria parar de cortejar ou de declamar um poema, parar de seduzir as jovens moças inocentes não tão inocentes assim, esposas ardentes e fogosas que se entregavam a ele. Alexander adormeceu com o pensamento nesse futuro casamento e a perda de sua tão amada liberdade, sonhou com sua jovem e rebelde noiva...

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