Era um cálido dia de primavera
nas Terras do Sul, as ameaças de invasão agora era menos constante. O General
tinha suas desconfianças a essa calmaria, pois logo logo seu futuro genro iria
finalmente selar o noivado com sua preciosa filha, temia que o Senhor Sherwood
planejava algo para arruinar esse noivado e casar-se com Agatha. Era óbvio que
Agatha não gostara muito desse noivado repentino, que segundo ela era sem
motivo algum, e todos os dias fazia um apelo ao pai, ao qual sempre é negado.
Ele não queria entregar sua preciosa para qualquer um, mas com o Sherwood por
perto rondando ela e a descorberta de sua doença incuravel. Queria apenas
garantir o futuro de sua pequena, que lhe lembrava tanto a mulher que mais amou
nessa sua humilde vida e que o qual se arrependia de não ter ficado mais tempo
ao seu lado, Amalya partiu precocemente o deixando viúvo e com uma filha de
seis anos para criar.
Agatha
estava no salão de música ao seu piano tocando e cantando uma canção de amor,estava
pensando que não iria se casar por amor como seus pais. Nem iria amar alguém
por estar em um casamento onde nada há, apenas o dever de obedecer e gerar
herdeiros para seu Duque. Como a vida era cruel, primeiro perdera a mãe e agora
seu pai queria lhe casar com um completo estranho, mas tinha que obedecer já
que nunca fora lhe pedido tal coisa, mesmo quando negou vários pedidos de
casamento no ano em que debutou na Corte, não por medo e sim por achar muito
cedo para isso, queria apenas encontrar alguém diferete para ela. Foi quando
viu o seu futuro noivo pela primeira vez, o vira apenas de relance por um breve
isntante, pois estava rodeado de mulheres bonitas.Conhecera o velho Duque de
Cartyllo ao qual dançara duas valsas com ela em consideração a amizade com seu
pai, o velho Duque fez grandes elogios a sua beleza e lhe falou que ficaria
muito honrado de te-la como nora, Agatha ainda lembra muito bem o que respondeu
ao Duque: “Se não for ousadia de minha parte meu senhor, creio que seria mais
fácil uma andoria viver num mar do que seu filho casar-se com apenas uma
mulher”. O Duque concordou com ela e sentia um profundo pesar, por que queria
ver seu filho casado com uma bealdade como ela, digna de colecionador. Mas no
fundo Agatha sabia que ele não mudara, tinha inumeras amantes e continuava o
mesmo charmoso e sedutor Alexander de sempre, nada poderia fazê-lo mudar de
idéia.
Já
passava do meio-dia, e Agatha percebeu que havia perdido o horário novamente,
isso ficara meio que constante nos últimos messes. Robert aguardava a filha
para almoçar, viu a jovem descer as escadarias velozmente e a adentrar
graciosamente o salão de banquetes, apesar de sua tristeza interior ela
procurou sorrir para seu pai. Sabia que havia algo de errado com ele nos
ultimos messes só não sabia o que era, notava que a cada dia ele se afastava
cada vez mais dela e isso a deixava com o coração apertado. Ela o amava demais
e não sabia o que tinha feito de errado para seu pai se afastar tanto, ele devia
entender os pontos dela e estava determinada e lhe dizer o porque de não querer
se casar com o Duque de Catyllo.
- Desculpe meu pai se o fiz
esperar! Creio que me destrai na música hoje. – Disse a jovem fazendo uma leve
reverência ao pai antes de tomar seu lugar a mesa.
- Não há o que se desculpar querida.
– Robert tomou também seu lugar a mesa observando atentamente cada detalhe
gracioso de sua filha enquanto era servida pela criada,sabia no fundo o quanto
ela estava infeliz então começou a puxar assunto com sua filha após a saida dos
criados como manda o protocolo. – Então minha querida o senhor Sherwood, não
tem mais lhe atormentado com pedidos de casamento ou algo assim? Sei que ele a
andou lher cercando semana passada. – Viu que Agatha estremeceu ao ouvir
aquilo.
- Oh ele andou me endagando sobre
meu noivado, mas nada sei e então nada disse. Sei que essa semana ele partiu
para a corte e me falou que em breve voltaria, para negociar os seus planos de
casar-se comigo.não tenho saido muito por causa disso meu pai, – Agatha não
sabia mais o que fazer para impedir Sherwood de se aproximar dela, por isso se
enclausurara no castelo afim de não ve-lo mais.
- Logo, logo ele não irá lhe
atormentar – viu que Agatha sorrira para ele – Seu futuro noivo mandou uma
carta disse-me que daqui algumas semanas estará aqui conosco, para selar seu
noivado e marcar a data do casamento.
Agatha
sentira seu estômago gelar, seus olhos escureceram de fúria, o que não passou
despercebido por seu pai. Não queria se casar com Harry Sherwood e muito menos
com Alexander de Cartyllo.
- Creio que não possa mais
convencê-lo de que eu não quero me casar com sir Alexander Cartyllo – Agatha
estava sendo irônica e sabia o quanto isso desagrava seu pai – Papai o senhor
sabe o quanto eu detestaria me casar com sir Alexander, não gosto dele, assim
como não gosto do Senhor Sherwood. Ele é um destinto cavalheiro sim, porém ele
é do tipo galanteador que tem aos seus pés todas as mulheres que ele quer... –
Agatha acabara de comer um pedaço de frango ao molho branco que tanto adorava,
mas parecia que hoje a comida estava sem sabor.
Novamente
o silêncio reinara naquele aposento um silêncio pesado,Robert sabia o quanto
aquele noivado desagradava sua preciosa filha, mas era preciso e ele não
voltaria atrás. Agatha por sua vez sentia que tinha algo errado, alguma coisa
pertuva seu pai e isso a desagrava, pois ele a estava jogando num casamento
arranjado. Ela se arrependeu da resposta que derá ao seu pai há pouco, quando
estava prestes a desculpar-se seu pai explodiu num tom em que não aceitaria um
não de sua preciosa filha.
- Minha decisão é que você vai
casar-se com sir Alexander, queira ou não. E eu não voltarei atrás Agatha e
você vai me obedecer, estou farto de sua irônia, farto de seu comportamento
rebelde. Fiz durante todos esses anos suas vontades... - Robert agora estava com raiva, Agatha teria
que lhe obedecer ao menos uma vez na vida – e nada do que me digas fará com que
eu volte atrás...
- Mas por que meu pai? – Agatha
agora se levantara e correra para se ajoelhar aos pés de seu pai implorando com
lágrimas nos olhos – Por quê? Por quê com ele? Sabia o quanto isso me mata por
dentro? – Agatha chorava e em pensamento completa: “Queria me casar por amor e
não apenas por um tratado de guerra”
- É o melhor para você Agatha e
nem tente me desobedecer, não irei ceder a mais esse capricho seu e já esta
mais do que na hora de você se casar, e não me venha com essas suas idéias
romanticas. Eu não amava sua mãe quando casei com ela – Agora o tom dele era
ameno e sereno ao lembrar de sua doce e obediente esposa Amalya – eu casei com
sua mãe num casamento arranjando com o passar do tempo comecei a me apaixonar
por ela, por sua voz melodiosa e sei que ela também... – Agatha chorava mais
ainda quando o pai lhe disse essas palavras.
- Mas eu não sou Amalya, eu não
sou minha mãe... – Agatha sentia seu coração pular e querer sair pela boca – E
eu não desejo me casar com Alexander de Cartyllo, não quero e vou recusar ele
na frente de todos... - Agatha sentiu
uma mão pesada pousar em sua face esquerda, sentiu a mão pesada de seu pai no
tapa que levou no rosto.
- Não tentes que seu castigo será
pior Agatha... E não quero que saia hoje do castelo, ficará de castigo até
aprender me obedecer, já aturei de mais seus caprichos.
Agatha
ainda em choque se levantou devagar e ergueu seu queixo desafiadoramente, ela
mal reconhecia o homem a frente dela, seus pensamentos ainda estavam confusos,
sua face ardia e ela tinha certeza que estaria bem vermelha, num impulso ela
apenas respondeu:
- Sim meu pai... – Agora lágrimas
grossas rolavam pelos seus olhos e sua face, nunca apanhara de seu pai antes, e
olha que ela ja fizera coisas bem pior.
Num
impulso Agatha girou sobe os calcanhares e saiu do salão de banquetes, com o
pouco de dignidade que ainda restava e com o rosto ardendo de raiva, e sua face
dolorida pelo tapa que levara.Após fechar a porta atrás de si ela correu para
as escadarias e rumou para seu quarto. Atirou-se na cama e começou a chorar sem
parar, pensado no que acontecera no salão de refeição e o que estava acontecendo
com ela e seu pai nos ultimos messes.
Robert
saiu do salão de banquetes após a saida de Agatha e foi abordado pela ama da
garota que assistiu a sua preciosa criança sair correndo do salão as lágrimas,
ouvira toda a discusão mas não discutiria com seu senhor, mas tentaria defender
sua criança. Odiava vê-la triste e chorosa pelos cantos, mas sabia que Agatha
sabia ser desafiadora e rebelde quando queria.
- Meu senhor eu lhe peço, Agatha
não fez por mal, ela é ainda uma criança... – Disse Hanna tentando apaziguar as
coisas
- Sei muito bem como minha filha
é...- disse ele num tom mais elevando, será que todos estariam o desfiando
naquela casa – e sei que ela deverá me obedecer é para o seu próprio bem, e
você que é para ela como uma mãe deveria aconselha-la a casar-se e me
obedecer...
- Sim meu senhor, irei conversar
com ela... – Disse Hanna reverenciando seu senhor antes de se afatar. Falaria
com sua criança mais tarde, quando ela se acalmasse.
A
noite caiu nas terras do sul com o seu manto negro, no céu nuvens sombrias e
escuras encobriam as estrelas e a lua. Hanna foi aos aposentos de Agatha levar
uma sopa para ela se alimentar, já que mal comera ao meio dia e não colocará
nada no estômago desde aquele horário. Como previra ela não estava em seu
quarto, sabia muito bem onde ela estaria num lugar isolado onde seu pai nunca
imaginaria encontra-la, apenas ela sabia o esconderijo, era o segredo das duas.
Hanna então se dirigiu para fora do iponente quarto e foi em direção a ala
oeste. Um breu atingiu a região subiu um pequeno lance de escadas e prossegui
em frente, aquela era uma ala que não era utilizada a mais de 200 anos. Subiu outro
lance de escadas ao final do corredor era uma escadaria escura e sombria, que
levava a uma torre muito alta que antigamente servia de calabulso para as
jovens rebeldes, mas que há muitos e muitos anos não era usado,
transformando-se numa éspecie de porão cheio de velharias e coisas antigas dos
antepassados da familia Dowton. Hanna adentrou o recinto silenciosamente, ao
seu redor movéis quebrados e antigos, quadros amoltuados no seu lado esquerdo,
estatuas e vasos de porcelana por toda a parte. Escuridão total e um vento
frio, mas Hanna prosseguiu em frente, andou uns metros a mais quando alcançou a
estatua em tamanho de uma pessoa de Afrodite ela virou a esquerda e avistou a
siluenta de sua criança.
E lá sentada a janela com seu
vestido rosa claro, e cabelos castanhos soltos ao sabor vento estava ela,
Agatha, ainda com os olhos vermelhos de tanto chorar, suspirava e estava
olhando para o norte, lugar onde seu futuro noivo e marido morava. Alexander
Cartyllo, “ afinal...” pensou ela “não
pode ser pior com o que eu imagino, seria melhor do que casar com o velhote
Sherwood... Talves eu consiga fazer ele mudar... é talvez faça ele se apaixonar
por mim e a ser fiel a mim...”, ela sacodiu a cabeça com a tolice que havia
pensando. “Não! Nunca , Alexander continuaria a ter todas as mulheres que
desejar em sua cama, e eu não posso mudar isso”, pensou Agatha com certo
desânimo. Mal notou sua ama se aproximar dela, silenciosamente, ficou a uma
distâcia, onde sua criança não se assustaria.
- Agatha meu bem. – falou Hanna
com a maior doçura se aproximando dela e subindo um pequeno degrau até ficar um
pouco abaixo de sua criança. E afagar-lhe o rosto como fazia quando ela era
menor.
- Ah, Hanna, meu futuro é
desolador... – Falou Agatha com desanimo na voz e as lágrimas a querer
fugir-lhe dos olhos novamente . – Papai não mais me escuta, ele se afastou de
mim e hoje ele me bateu...
- Eu sei minha criança. – Hanna
sabia que em certo ponto seu senhor estava certo, mas achava injusto casar
Agatha com o homem que ela mais odiava. Se ele soubesse... – Mas você o desafiou
hoje Agatha, seu pai não sabe o que Alexander fez a minha menina em seu
primeiro baile...
- Sim eu sei, odeio Alexander
depois de me esnobar na frente daquelas mulheres e me rejeitar daquele jeito
Hanna, jurei nunca mais cruzar o caminho dele... o Velho duque, seu pai, era
mais cortês e dançou novamente comigo aquela valsa em que Alexander me deixou
no salão vazio rindo de mim...
- Minha menina passou-se muito
tempo, dizem que ele mudou muito, quem saiba ele não se arrependera disso querida? – Hanna estava tentando convece-la a
ver as coisas por um outro ângulo.
- Sim talvez! Mas mesmo assim,
não há mais nada que eu possa fazer, a não ser ceder... – Agatha estava tão
desanimada com a possibilidade desse casamento, mas não teria mais forças para
lutar contra seu pai. Hoje tivera a prova da força e de como será se o
desafia-lo novamente.
- Você é forte irá doma-lo ao seu
favor Agatha!
- Sim talvez... – Agatha sempre
se sentia melhor com as palavras de sua ama – Hanna comunique meu pai que eu
irei aceitar o casamento de bom grado... – “Talvez ainda consiga fazer
Alexander a voltar atrás...” completou Agatha em pensamento, ela não era de
desistir assim, não poderia lutar contra o pai, mas lutaria com toda alma
contra Alexander.
- É o melhor que você pode fazer,
não foi nada sábio enfrentar seu pai hoje. Ele sempre fez todos seus caprichos
e ficou muito triste por você não obedece-lo. Estamos prestes a entrar em
guerra e seu pai tem medo de que algo de ruim lhe aconteça, por isso está
querendo casa-la com o Duque de Cartyllo. Dizem que ele se tornou um homem
bastante influente na corte, o Rei confia plenamente nele.
- Sim eu sei, me arrependo
profundamente de desafiar meu pai... Mas ainda sim há tantos homens influentes
para mim me casar e papai me joga para Alexander... – Agatha sabia que a ama
tinha razão, mas ela não ia digerir esse casamento assim... – Mas não há mais
ameaça de guerra Hanna, apenas os ataques de lobos...
- Deixe os homens com suas
guerras, segundo ouvi seu pai essa manhã, as ameaças deram uma acalmada ao
saberem que Alexander estar por vir, para selar seu noivado com você... Seu pai
teme que algo ruim lhe aconteça minha filha... – Hanna queria de uma vez por todas apaziguar
aquele situação entre os dois – Sherwood está na corte planejado Deus sabe o
que contra vocês, ele não a quer como esposa por acaso meu bem. Seu pai é um
grande General, nunca discuta com ele esses assuntos... seu pai sabe o que faz
Agatha ao oferecer sua mão a sir Alexander.
Agatha
sabia que em parte era isso mas no seu intimo algo dizia que tinha algo a mais.
Então ela desceu da janela e abraçou sua ama o mais forte que pode, ficaram
assim por um bom tempo. Ela podia sentir o carinho de mãe, que perdera a muito
tempo. Hanna sempre a convencia, era a única que ela baixava a guarda além de
seu pai.
- Vamos minha criança, trouxe
para você um prato de sopa. Precisa se alimentar e descansar bastante.
- Sim Hanna vamos...
Um comentário:
Olá querida, excelente texto! Continue postando. Beijos
ps: se puder dê uma olhadinha no meu blog.
Postar um comentário