segunda-feira, 9 de abril de 2012

Destinos do Coração - capitulo II parte 2


A noite caiu pesada nas terras do Sul, Agatha agora estava na varanda do salão de música, Margarythe  fora descansar depois do chá e pediu para lhe chamar antes do jantar ser servido. Afinal a Duquesa não era uma má pessoa, ela pode sentir a insegurança na mãe de Alexander em relação ao casamento, provavelmente encontrara uma futura aliada contra aquele maldito casamento. Robert fora a vila antes do por-do-sol, disse que tinha assuntos a ser resolvidos por lá, logo após passar a tarde tuda trancado com Alexander no seu escritório.
                Alexander agora andava pelo castelo a procura de Agatha, logo descubriu onde ela se refugiava. Adentrou o recinto sem bater e admirou-a por alguns minutos antes que ela notasse sua presença. Estava linda usava um vestido rosa mais leve, estava com os cabelos presos num coque frouxo, admirava o por-do-sol, sem perceber que era observada. Estava melancólica e ao notar melhor viu seus olhos meio avermelhados, sinal de que chorara a pouco, supirava e olhava para o horizonte, como que esperando um milagre. Alexander sabia no fundo que ela não queria casar-se com ele, sabia que ela ainda não esquecera o que acontecera no baile, mas era um baile e ele era um enconsequente, amadurecera muito após a perda do pai, messes após aquele baile.
                Com um descuido Alexander tropeçou no tapete e caiu sobre o piano, fazendo Agatha se assustar com o entruso em seu recinto sagrado, ninguém mais além de Hanna e seu pai entravam ali sem sua permissão. Virando-se rápidamente se deparou com aqueles olhos  verdes que pareciam olhar através de sua alma, Alexander tinha acabado de se escorar no piano após recuperar o equilibrio e encarava Agatha que agora tinha um feição de medo e raiva. Raiva por ele ter invadido seu espaço, raiva por ele ser estúpidamente bonito, raiva por si mesma.
- Desculpe se a assustei minha dama... – Alexander fez uma leve revêrencia a ela
- O que você faz aqui sir Alexander? – Perguntou ela mal contendo sua irritação ao vê-lo tão á vontade no salão de música que era espaço dela apenas.
- Estava procurando por você Agatha... – Alexander fez uma cara de desdém ao prosseguir – precisava conversar com você, antes de tudo.
- Pois bem, diga – Agatha se sentava agora em um sofá atrás do piano, e ela indicou a poltrona mais afastada  para ele se sentar.
- Eu queria antes de tudo de me desculpar das minhas aitudes naquele dia...
- Ah sim depois de tanto tempo, depois daquela humilhação você quer se desculpar sir! – Agatha interrompera Alexander e agora estava rubra de raiva.
- Sinto muito Agatha pelo ocorrido... – Alexander sabia que ela tinha todo o direito de estar furiosa – mas nunca me imaginaria nessa situação, em que nos encontramos agora, e claro você é uma mulher de fibra e admiro isso. Mas devemos apagar o passado minha cara.
- Ah sim,acha que suas deculpas irá fazer eu me sentir melhor por ser sua noiva? – Agatha agora se levantara e andava feito louca de um lado para outro. – Elogios vindo de um carrasco não me conquistam. O que faria se eu te recusasse na frente de todos?
- Não se atreveria Agatha, você será minha esposa, está me escutando? – Alexander elevara a voz e se aproximava de Agatha, que agora andava para trás. – Como pode deixar os fantasmas do passado ainda te assombrar?
- Nunca irei me esquecer de como todos me olhavam e comentavam sobre o ocorrido – Agatha sentiu um arrepio gélido em sua espinha. – Não posso evitar meu destino, mas lutarei para que esse casamento não ocorra.
- Eu sei que vai, mas não poderá quebrar o acordo de seu pai. - Ele não queria comentar sobre o acordo com ela, afinal ele queria fazer a ultima vontade de seu pai – Pense que seu pai quer apenas sua proteção, ele morreria de desgosto. Você quer isso?
                Estava tão perto de Agatha, sentia seu medo, seus olhos cheios d’água, não queria que a discussão tomasse aquele rumo, mas a moça sabia como irritá-lo. Agatha estava assustada com aquela situação, Alexander estava sendo tão assustador,estava muito sedutor, estava com medo do que poderia vir a seguir, ele a estava encuralando.
- Não, você sabe que não – foi apenas a resposta dela naquele momento.
- Eu não queria lhe assustar Agatha, queria apenas pedir-lhe desculpas por minhas atitudes infantis só isso. Mas você me tira do sério mulher. Eu mudei muito depois que meu pai morreu, aprendi coisas, vi coisas e amadureci. A guerra é horrivel minha dama. Me envergonho profundamente por aquele dia.
Agora sim ela estava encurralada na parede atras de si e ele se aproximava mais dela, Alexander colocou suas mãos na parede formando um cerco onde ela concerteza não iria escapar. Sentia o medo dela, ela estava chorando, céus detestava ver uma mulher chorar, mas aquela mulher era diferente muito diferente, ela tinha um toque virginal com a ousadia de uma guerreira, estava louco para saciar-se com uma mulher, fazia semanas que não tinha uma bela dona em seus braços. Agatha por sua vez estava se sentindo uma boba e fraca por chorar na frente dele, estava confusa ele estava mexendo com os seus sentimentos abalando suas estruturas.
-  Não chores, minha cara  prometo-lhe que nada de mal irá lhe acontecer... – Alexander afagava o rosto dela e lhe falava docemente, afinal teria que conquistar a confiaça da jovem. – Como eu disse eu era um tolo que achava ser o dono do mundo.
- Você não é? Não tem todas as mulheres aos seus pés? – Agatha encarava aqueles olhos verdes e se sentia entorpecida, porém não iria se entregar. – Diga-me o que queres comigo?
- Ah, não sou o dono do mundo, mas tenho todas as mulheres que quero sim! Mas isto é passado, agora quero apenas uma mulher como você ao meu lado, era o que meu pai queria e assim será minha cara.
                Não podia acreditar naquilo, ou ela não ouvira direito, ele queria casar-se com ela por que era desejo do finado Duque. Alexander a encarava tentando decifrar o que se passava na cabeça dela, e ele se sentia cada vez mais atraido pelo perfume dela. Deveria se afastar antes que fosse tarde demais, antes que ele fissese algo que se arrependeria depois, afinal logo estariam casados. Mas ela estava ali, chorosa, incrédula e absolutamente vulneravel e linda, seus lábios estavam o tentando, mas ele era um cavalheiro, não poderia, queria mostrar para ela que ele mudara. Agatha que estava tomada por um topor estranho, sentira-se atraida por Alexander, não queria admitir mas a proximidade dele estava dexando-a extasiada, ele olhava fixamente para seu lábios, céus ele iria beija-la e ela não teria mais forças para resistir a ele. Tudo estava estranho, não era para ela estar quase rendida por ele, afinal ela ainda estava magoada com ele, mas ele estava sendo tão carinhoso, tão sedutor. Podia sentir o calor dele o desejo dele, mas o que ela mais queria era fugir dele, fugir da forma como ele a estava deixando louca e sem reação, seus lábios cada vez mais próximos. Alexander sentiu que ela estava cedendo a ele e gostou muito do que viu, ela agora parecia uma coelhinha assustada, que estava sedenta de desejo, podia sentir o quanto ela estava rendida a ele, mas precisava parar agora ou não responderia por si. “Agatha me perdoe mais eu não posso” – pensava Alexander, mas ela só queria mais um tempo assim, estava quase o beijando, iria experimentar isso pela primeira vez, tudo em volta parou e ele estava tão próximo agora. Derrepente tudo mudou e o encanto acabou, foi tudo rápido demais, de súbito Alexander se afastou, reverenciou-a e depois disse friamente uma desculpa qualquer, beijou-lhe o rosto e se retirou do recinto, deixando Agatha confusa demais para falar-lhe algo, então ela começou a chorar, não mais de raiva ou ódio por ele e sim de desejo, por que ele não a beijara, por que ele se fora assim? Ela não entendia o que se passou correu para a porta mas ele já se fora, então algo começou a doer em seu peito, sentia-se frustrada com o que aconteceu, com raiva ela bateu a porta atrás de si e foi ao piano tentar se acalmar até o jantar.
                Já passava das oito da noite quando Agatha desceu as escadarias apressada, descobriu atraves de Hanna que seu pai não viria jantar por ter ficado preso no vilarejo, ela teria de jantar sozinha com Alexander e a Duquesa. Como encararia Alexander depois do que ele fez, por que ainda estava confusa com o que aconteceu, sentia-se ainda extasiada ao lembrar-se do quão carinhoso e sedutor ele pode ser, mas ao lembrar-se de como ele fora frio ela sentiu uma dor muito forte no peito e uma vontade enorme de chorar. Por sorte apenas a Duquesa a esperava no salão para o jantar, ela dissera a Agatha que Alexander foi ao vilarejo a pedido de seu pai. Agatha sentia que tinha algo errado, mas agora não tinha como  se preocupar com isso, pois tinha uma baile para terminar de organizar, assim o jantar transcorreu tranquilamente com Agatha e a Duquesa conversando sobre os ultimos preparativos para o baile que seria em duas noites.
Margarythe se sentia a vontade com sua futura nora e via nela a filha que queria ter e não teve, não queria que seu filho a fizesse sofrer, era uma boa moça. Sentia-se viva ao lado de Agatha, sentia toda a rebeldia e o coração aflito da moça, mas sabia que com o tempo ela iria acabar por gostar de seu filho, bastava apenas a convivencia para espantar os fantasmas do passado e fazer um novo começo. Após o jantar as duas foram para um salão onde avistavam o jardim sendo banhado pelo luar, conversaram animadamente sobre o baile e os preparativos. Magarythe percebeu que algo aflingia Agatha, suspeitava que era o noivado que se aproximava, então deciciu conversar sobre isso com ela.
- Minha querida com o tempo você verá que não é tão ruim quanto parece, antes de me casar eu me apaixonei por um Jovem que ná época era um Tenente, ele era noivo de uma moça de familia ilustre e rica, lutei por ele, mas poderia ter lutado mais. Com o tempo percebi que não era tão ruim assim e acabei por esquecer o jovem tenente,gostei muito do meu marido e hoje lamento sua morte, mas são coisas que devemos passar... – Margarythe não queria lhe revelar que seu grande amor ainda vivia mais perto do que ela imaginava – Nunca temos escolha meu bem, somos mulheres e nesse mundo quem manda é o homem infelizmente. Sei que não queres se casar com meu filho, mas sei que com o tempo aprenderá a gostar dele, não me tomes como encherida meu anjo, tome meu conselho como uma amiga que já viveu o bastante para saber...
- Obrigada Milady, sei que devo aceitar meu destino, seu filho é um ótimo cavalheiro... – Agatha estava em outro mundo que nem prestou a atenção no que Margarythe lhe falava. – Mas agora se a senhora me permita devo ir me recolher, fique a vontade Milady minha casa é sua, papai deve demorar a retornar.
- Vá minha criança, deve ter sido um dia longo para você, vou também me recolher.
                Ambas foram se recolher e Agatha, deitou-se com a sensação de vazio que sentira logo após a saida de Alexander do salão de música. Não sabia o que era mas adormeceu com os pensamentos no beijo que não ocorrera.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Destinos do Coração - capitulo II


CAPITULO II
               
                Uma semana passou-se rápido demais para Agatha. Ela estava em seus aposentos se banhando enquanto esperava pela chegada de seu futuro noivo e sua mãe. Não conseguira convencer seu pai, aliás ele mal a encarava nesses ultimos dias, viu que se o desobedecesse seu castigo seria muito pior, não teve jeito ela teve de ceder aos pedidos do pai. “Mas veremos se eu não farei a cabeça de sir Alexander...” –  pensava enquanto mergulhava na tina e lavava seus cabelos com uma mistura de rosas feita especialmente para ela na aldeia. Alguns minutos depois ela sai da banheira, e  vistiu uma camisola leve azul e um robe mais claro, abriu a porta de seus aposentos e chamou um criado que passava por ali, mandando Hanna trazer seu almoço no quarto. Meia hora depois a criada entrava nos aposentos comprimentando sua criança e lhe trazendo seu almoço.
- Vejo que estás radiante minha criança! – Hanna notou o olhar travesso de sua criança enquanto, a encarava tomando um cálice de vinho – O que vossa senhoria estás aprontando?
- Nada Han! Que desconfiança é essa agora, até parece meu pai. – ela se fez de braba com a ama, mas isso era demais para ela, então abriu um dos seus belos sorrisos e disse – Estou esperando um milagre só isso, quem sabe Alexander não me deixe em paz...
- Ah sim seria o milagre do século meu bem... – Hanna conhecia muito bem aquela atitude e sabia que ela ia aprontar – seu pai anda menos tolerate a suas criancices Agatha, não quero vê-la apanhar novamente...
- Não vai... – Agatha sentiu seu peito encher-se de dor ao lembrar daquela cena grotesca no salão de refeição – Agora após eu almoçar me ajude me arrumar e eu irei esperar meu “futuro e destinto noivo” no salão de música – Ela novamente foi irônica ao se referir a Alexander, mas Hanna nem ligou para isso.
                Após o almoço Agatha se dirigiu para a sala de música, sentou-se no piano e tocou uma musica de amor tristemente. Trajava seu vestido azul celeste com uma cinta azul marinho na cintura,e uma gargantilha de tecido da mesma cor com uma pedra azul no centro,tinha o cabelo preso num meio coque com algumas madeixas soltas nas costas, passou a tarde entertida na sala de música.
                 Uma caravana adentrou os pessados portões da fortaleza do General Dowton. Robert  mandou Hanna chamar Agatha e se postou no inicio da escadaria de seu iponente castelo,que levava a entrada principal, e esperou ali Alexander. Viu o jovem descer da carroagem e dar a mão para que sua mãe também descesse, ele ficou adimirando a beleza da Duquesa. “O tempo foi generoso contigo, não mudaste nada e estás ainda mais linda...” -  Robert estava agora perdido num passado distante, antes de se casar com sua preciosa Amalya. Alexander se aproximou de Robert e o cumprimentou e ele reverenciou a todos.
- Seja bem vindo a minha humilde casa sir Alexander, X  Duque de Cartyllo, - Voltando sua atenção a Margarythe a saudou – Duquesa vejo que o tempo lhe deixou ainda mais bela.
- General é muita honra, mas creio que minha mãe queira descansar depois dessa viagem cansativa – Alexander queria era ver Agatha, ver como ela estava depois daqueles anos, ele sentia que algo iria acontecer na sua estadia ali, mas não sabia o que era.
- Claro meu Duque, minha Senhora, venham comigo pedirei para Samatha para mostrar seus aposentos meus caros. 
                Todos adentraram a mansão senguindo o General, pararam no meio do saguão principal e Samantha, governanta da casa, se aproximou de seu senhor. Alexander olhava em volta admirando a beleza do lugar se perguntando onde estaria aquela que ele devia se desculpar, onde estaria a moça rebelde e perigosamente desafiafora.  O saguão estava iluminado pela claridade das janelas iponetes, era um amplo saguão e bem no meio estava uma magnifica escadaria de marmore com corrimão de prata, a uma certa altura de 30 degrais havia uma estátua num pedestal, nesse ponto a escada se repartia em leste e oeste. No alto da parede havia uma pintura do General e a falecida senhora daquele castelo.Margaryth agora se sentara num banco próximo as janelas, após o General lhe dar a permissão para ficar a vontade, enquanto Alexander olhava em volta a procura dela.
Robert dava instruções a Samantha, o jovem Duque estava perdido em seus pensamentos quando escutou um leve farfalhar vindo da escada ao olhar para o topo da escadaria, lá estava ela. Bela e iponente, com um belo vestido azul e um sorriso deslumbrante, sendo seguida por sua ama. Os olhares de ambos se cruzaram, embora ela tentasse disfarçar e ele percebeu toda a mágoa e uma pontada de ódio no olhar da moça. “Ela nunca vai me perdoar...” – pensou Alexander, tudo que ele queria era um momento à sós com a moça, para se desculpar com ela, tentou lhe passar isso com o olhar, mas Agatha começou a descer os ultimos 30 degraus da escadaria e se fez ser percebida por todos no saguão, queria quebrar com aquele momento ao ponto de vista dela constrangedor.
- Boa tarde meu pai, - Robert voltou a atenção para ela que agora descia as escadarias e cumprimentava a todos com uma voz suave e melodiosa, como era a de Amalya. – Boa tarde meu Duque, Duquesa, sejam bem vindos a minha humilde casa – reverenciou os convidados ao descer o ultimo degrau daquela escadaria. Sentiu como tivesse boroboletas no estômago quando viu novamente Alexander. Sentiu-se enfraquecer quando ele lhe lançou um olhar cheio de desculpas e arrependimento, porém ela não estava disposta a ceder, não iria ceder.
- Agatha meu bem, - Robert viu a confusão no gesto de sua preciosa, viu que ela estava quase disposta a ceder a Alexander, mas deixaria isso para o baile daqui dois dias, precisava conversar urgentemente com Alexander – acopanhe a Duquesa para um chá, enquanto os criados colocam as bagagens em seus aposentos.
                Tudo que Agatha queria era um momento à sós com Alexander, para jogar toda a humilhação que passara em sua cara, mas isso teria de esperar mais um pouco. Agatha agora era uma anfitriã, e teria que se portar como tal, a Duquesa não tinha culpa do que seu filho aprontou a ela. Voltou o olhar ao seu pai lhe respondeu docemente:
- Claro meu pai, como quiser – abriu um belo sorriso para Robert e Alexander, voltou-se para  Margarythe e lhe disse fazando um pequeno muchocho – Me acompanhe Duquesa numa xícara de chá? Creio que esses cavalheiros não nos querem por perto, concerteza irão tratar de guerras.
- Oh não se preucupe criança estou acostumada com isso. – Margarythe lançou um olhar significativo para Robert e se voltou novamente para Agatha -  Eu aceito tomar uma xícara de chá, afinal quero conhecer mais minha futura nora e acertar contigo os detalhes do baile. – Margarythe usou o mesmo tom dramático de Agatha, que não gostou muito do modo com a chamou.
- Com sua licença meu pai, sir Alexander – Agatha reverenciou a todos, e seguiu para o salão de banquetes, sendo seguida por Margarythe. Aquele seria uma longa tarde.

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